segundo a redação da Zingu!
(só estavam aptos a concorrer filmes que estrearam comercialmente no circuito em 2009, em São Paulo)
Participaram da eleição: Adilson Marcelino, Filipe Chamy, Gabriel Carneiro, João Pires Neto, Marcelo Carrard, Matheus Trunk, Sergio Andrade e Vlademir Lazo Correa.
1º. Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino.
Inglorious Basterds, EUA/Alemanha, 2009, Universal Pictures do Brasil.
7 votos, 68 pontos.
Uma das grandes obsessões de Quentin Tarantino é o cinema B italiano dos anos 60 e 70. Diretores como Umberto Lenzi, Antonio Margheriti, Sergio Martino, e principalmente Enzo Castellari, e seu filme de 1978, Quel Maledetto Treno Blindato, aparece como a grande fonte inspiradora desse genial filme com mais de duas horas de projeção, com diálogos extraordinários, um elenco impecável e uma parte final de tirar o fôlego do mais tarimbado dos espectadores. Mas o filme é muito mais do que isso. É uma aula de cinema extremamente sofisticada, com citações deliciosas para os cinéfilos de plantão, nessa que é a obra mais madura e autoral de Tarantino. (Marcelo Carrard)
2º. Deixa Ela Entrar, de Tomas Alfredson.
Låt den rätte komma in, Suécia, 2008, Filmes da Mostra.
6 votos, 65 pontos.
Cinematográfico por excelência, o vampiro vem batendo ponto no cinema mundial em diferentes roupagens, seja na fase pioneira com Nosferatu, de Murnau, em 1922, até a fase adolescente atual, com a saga Crepúsculo. Mas 2009 reservou para os cinéfilos e amantes desse universo um filme surpreendente, o sueco Deixa Ela Entrar, de Tomas Alfredson. O filme focaliza o encontro de dois seres solitários, os adolescentes Eli (Lina Leanderson) e Oskar (Kåre Hedebrant), que se tornam vizinhos. Ele é um garoto que vive sendo perseguido e humilhado pelos colegas de escola. Ela, uma garota que é escondida durante o dia no apartamento de janelas tapadas e que só sai à rua nas noites gélidas. Na trama, uma amizade imediata que vai se transformando em amor e que, muda a vida de Oskar e sela o seu destino. Deixa Ela Entrar é a solidão em estado bruto. Tem horror e tem dramas existenciais. E é cinema de primeira. (Adilson Marcelino)
3º. Gran Torino, de Clint Eastwood.
Idem, EUA/Alemanha, 2008, Warner Bros.
5 votos, 52 pontos.
Gran Torino é um filme que fecha um ciclo no cinema de Clint Eastwood. Quase um cruzamento entre o personagem durão de seus policiais com o velho truculento e ranzinza, do cinema sóbrio que vem fazendo nos últimos 20 anos. Talvez por isso que o filme seja tão bom, especialmente em sua segunda metade. O herói está presente, mas desacreditado: é um homem desiludido da vida, já em seu final, que não tem nada a perder. Por isso é inconseqüente. Numa das mais belas cenas, o personagem de Clint, Walt liga para seu filho, só para saber como ele está. A resposta é igualmente dura e inconseqüente. Nas mãos de outro diretor, Gran Torino poderia ser só mais um filme-fórmula. Nas mãos de Clint, Gran Torino é um incomum filme de redenção – a redenção da própria existência. (Gabriel Carneiro)
4º. A Troca, de Clint Eastwood.
Changeling, EUA, 2008, Universal Pictures do Brasil.
5 votos, 50 pontos.
Clint Eastwood se apresenta nesse começo de novo século como a maior lenda viva do cinema do nosso tempo. Já se contabilizam nessa década nove filmes dirigidos pelo astro, sendo que com exceção de apenas um deles (o policial [i]Divida de Sangue[/i]), todos os demais variam do muito bom ao excelente. [i]A Troca[/i] é um dos seus filmes mais arriscados, que comporta tanta coisa que nem sempre consegue resultar coeso e equilibrado, mas que em sua totalidade se apresenta uma obra muito perto do excepcional. É o drama comovente de uma mãe que não sabe do paradeiro do filho pequeno. Também é uma história de [i]serial-killer[/i], e da investigação em torno do assassino. E a negligência e a corrupção policial, o abuso de autoridade e poder, o papel da justiça dentro da sociedade. E até mesmo sobre a internação em hospitais psiquiátricos, em meio a loucos e debilitados. Por fim, mais que todas essas camadas, [i]A Troca[/i] é sobre a esperança mais desesperançada do mundo. E ao fundo, a trilha jazzística do diretor, que posso dizer que a mim assombrou semanas a fio. (Vlademir Lazo Correa)
5º. O Lutador, de Darren Aronofsky.
The Wrestler, EUA/França, 2008, Paris Filmes.
5 votos, 35 pontos.
Um Aronofsky (PI e Requiém Para Um Sonho) um pouco diferente do que nos acostumamos, mas não menos genial. O Lutador consolida a carreira do cineasta e marca em grande estilo o retorno de Mickey Rourke, rendendo-lhe a indicação ao Oscar de Melhor Ator. Inevitável traçar um paralelo entre a jornada do protagonista, o lutador Randy “The Ram” Robinson, que envelhecido e sem dinheiro, 20 anos após o auge nos ringues, tem que encarar os fantasmas do passado e ao mesmo tempo sobreviver as intempéries do presente, com a vida do próprio Mickey Rourke. Um longa intenso, belo e comovente. (João Pires Neto)
6º. Inimigos Públicos, de Michael Mann.
Public Enemies, EUA, 2009, Universal Pictures do Brasil.
5 votos, 34 pontos.
Michael Mann é um formalista, e em [i]Inimigos Públicos[/i] encontrou um argumento à altura do seu projeto estético. É o diretor mais uma vez levando adiante a velha e acirrada disputa masculina de policia e ladrão, com o criminoso em guerra contra os engravatados dos bancos, do governo e de Wall Street. Mann demonstra uma concepção da ação no espaço natural digna de Raoul Walsh. É um filme de seqüências memoráveis ininterruptas: Dillinger (Johnny Depp) chorando ao dirigir; o corte do olhar de Marion Cottilard ao algoz de Dillinger fechando a porta; a troca de olhares quando Dillinger de dentro da cela e Melvin Purvis (Christian Bale) se encaram, com os tons escuros enaltecendo o brilho dos olhos de Depp… As execuções dos bandidos também são brilhantemente filmadas, assim como o longo tiroteio e a perseguição na estrada do bosque. Uma obra-prima. (VLC)
7º. Anticristo, de Lars Von Trier.
Antichrist, Dinamarca/Alemanha/França/Suécia/Itália/Polônia, 2009, Califória Filmes.
4 votos, 49 pontos.
Visualmente belísssimo. Elenco afinado. Ousado, controverso e polêmico, Anticristo acumulou todo tipo de rótulo, de odiado a aclamado. Carregado de simbolismo e metáforas, o novo trabalho do cineasta de Dogville, um manifesto anti-religioso, não recebeu nenhuma indicação ou prêmio da Academia. Curiosamente este é o seu maior prêmio, já que o longa não é uma obra típica que se enquadre em qualquer categoria comercial. (JPN)
8º. Avatar, de James Cameron.
Idem, EUA/RU, 2009, Fox Filmes do Brasil.
3 votos, 30 pontos.
James Cameron se superou. Não só nas bilheterias, mas como criação do cinema. Avatar é um novo cinema, pensado a partir da integração tela e espectador. Seria uma revolução? Talvez, mas parece cedo para dizer. O que faz Cameron é construir um cinema fundamentado na atmosfera, que coloca seu público ao lado dos personagens. Continuamos espectadores, assim como somos espectadores da vida – a real, que acontece ao nosso lado e muitas vezes nada fazemos. A escolha do tema, atual e relevante para os iminentes problemas do meio ambiente, parece se encaixar na metáfora: somos só espectadores em face dos problemas, nada fazemos para mudá-los. Na ficção científica, Cameron constrói um universo fabuloso para mostrar que nosso presente e nosso futuro estão intimamente conectados. (GC)
9º. Arraste-me para o Inferno, de Sam Raimi.
Drag me to Hell, EUA, 2009, Paramount Pictures.
3 votos, 29 pontos.
Em Arraste-me para o Inferno, Raimi cria uma fábula cigana para despejar cenas grotescas e escatológicas que envolvam babas, gosmas, insetos e uma maquiagem putrefata – tudo isso para narrar a história de uma jovem ambiciosa que é amaldiçoada por uma velha cigana, a ser atormentada e arrastada ao inferno pela mão de Lâmia. Voltando ao estilo que o consagrou com Evil Dead, Raimi faz, provavelmente, o filme mais divertido do ano, amparado num ótimo roteiro. Nele, tudo é politicamente incorreto, e talvez seja essa a característica que agrade tanto. Realmente se destaca em meio às produções puritanas de horror que chegam aos cinemas – como se para fazer cinema, devêssemos ser o mais próximo do real. (GC)
10º. Amantes, de James Gray.
Two Lovers, EUA, 2008, Playarte Filmes.
3 votos, 27 pontos.
Um filme sobre o amor e personagens que amam e sofrem parece um anacronismo e ao mesmo tempo algo inédito. É raro encontrar na programação comercial brasileira um filme que não pasteurize emoções e trate os sentimentos como fraquezas abomináveis. Amantes tem personagens fracos, mas não por má construção de suas características; o protagonista do filme, por exemplo, é fragilizado pelo medo de se envolver e pela covardia infantil de responder por seus atos. Não chega a ser uma surpresa sua indefinição entre mulheres tão diferentes entre si, mas o que fica afinal é que o rapaz não se encontra em condições de escolher acertadamente que rumo tomar — ou, o que dá na mesma, segue errado pelo caminho certo. É pela aparente banalidade de seu cotidiano e pelo discreto afeto superprotetor de seus pais que ele encontrará a saída — que talvez não seja a que ele esperava, mas que resume bem o espírito deste belo filme de James Gray e o torna tão diferente de tantas outras fitas que desacreditam nas relações amorosas. (Filipe Chamy)
11º. Ervas Daninhas, de Alain Resnais.
Les Herbes Folles, França/Itália, 2009, Imovision.
3 votos, 22 pontos.
O mais novo filme de Resnais é desconcertante. Quem esperar algo parecido com o anterior, Medos Privados em Lugares Públicos, que tinha um carinho especial pelos seus solitários personagens, com certeza irá se decepcionar. Aqui os personagens tomam decisões, algumas francamente antipáticas, que nos surpreendem a cada momento. Resumindo bastante, seria a história de um homem casado e com filhos já adultos que fica obcecado por uma mulher. Quando ele perde o interesse, ela é que irá atrás dele. Mas nunca saberemos suas reais motivações para tais comportamentos, assim como não entenderemos porque a esposa dele aceita tudo de modo tão tranqüilo. Para complicar ainda mais, o filme tem uma narração na 3ª pessoa, mas o narrador parece não estar muito certo sobre a estória que está contando. Mestre Alain Resnais, do alto de seus 87 anos, continua recusando se repetir, procurando sempre novas formas de expressar sua arte. Ele tanto pode filmar em cenários assumidamente fakes como acompanhar o vôo de um avião, uma cena que chega a lembrar àquela de Entre Dois Amores, antes que uma simples braguilha aberta desequilibre tudo. Na verdade esse é um dos temas abordados: as relações desequilibradas. E a frase final dita pela menina é daquelas, absurdas, que os surrealistas adoravam. André Breton e Luis Buñuel aprovariam! (Sergio Andrade)
12º. Apenas o Fim, de Matheus Souza.
Idem, Brasil, 2008, Filmes do Estação.
3 votos, 20 pontos.
Poucos filmes brasileiros atuais possuem a sinceridade e a grandiosidade de Apenas o Fim. O longa-metragem do estreante Matheus Souza custou apenas R$ 8 mil e tem o elenco encabeçado pelos atores Érika Madder e Gregório Duvivier. O grande mérito do filme é abordar a juventude brasileira sem uma espécie de arbítrio moral. Na película, os jovens são mostrados com suas qualidades e defeitos. Comédia romântica acima da média, Apenas o Fim é um filme recheado de referências ao mundo pop. (Matheus Trunk)
13º. Desejo e Perigo, de Ang Lee.
Se, jie, EUA/Taiwan/China/Hong Kong, 2007, Europa filmes.
3 votos, 13 pontos.
Após o impacto de O Segredo de Brokeback Mountain, Ang Lee retorna à Ásia para criar um melodrama de época inspirado em clássicos como Casablanca, refinado com cargas explosivas e surpreendentes de erotismo, cuja clássica trama do amor proibido conduz os personagens ao abismo da tragédia. Belo e poderoso, esse filme de grandes momentos é um presente para os sentidos. Os corpos dos amantes e a vertigem de seu desejo são representados com rara beleza nessa grande aula de sensibilidade cinematográfica. Grande direção de Ang Lee, premiada em Veneza, mas pouco celebrada pela crítica e pelo público, além de ter sido ignorada pelo Oscar. (MC)
14º. Gigante, de Adrian Biniez.
Idem, Uruguai/Argentina/Alemanha/Espanha, 2009, Imovision.
2 votos, 29 pontos.
O cinema uruguaio vem ganhando espaço nas salas brasileiras. O belo Whisky (2004) chegou a ter destaque no circuito de arte de São Paulo e Rio de Janeiro. Depois, outro longa-metragem do país, O Banheiro do Papa foi eleito o melhor filme na Mostra Internacional de São Paulo, em 2007. Porém, ambos são trabalhos menores se comparados ao recente Gigante. Premiado nos festivais de Berlim e Gramado, esse filme uruguaio conta a história de um homem que fica apaixonado, mas tem medo de expressar seu sentimento. O protagonista da história é o grandalhão Jara (Horácio Camandule), segurança de um supermercado de Montevidéu. Sem dinheiro ou posição social, ele começa a perseguir sua amada por todos os lugares. (MT)
15º. Hanami – Cerejeiras em Flor, de Doris Dörrie.
Kirschblüten – Hanami, Alemanha/França, 2008, Filmes da Mostra.
2 votos, 28 pontos.
Falar da morte para celebrar a vida: é disso que trata esse Hanami. A diretora se inspirou num fato pessoal para mostrar, com extrema delicadeza, a dor da perda do ser amado. Logo no começo, Trudi fica sabendo que o marido, Rudi, tem uma doença fatal. Eles vão visitar os filhos em Berlim, mas não são bem recebidos. Antes da metade do filme, acontece uma reviravolta, e quem falece é a mulher. O metódico e sisudo Rudi decide então ir ao Japão, onde reside outro filho, para realizar um sonho que a esposa sempre teve, conhecer o Monte Fuji. Lá ele faz amizade com uma garota que dança butoh (a dança da sombra) num parque. Nesse belíssimo filme, Doris Dörrie paga tributo, através dos temas abordados, a dois grandes mestres do cinema nipônico: Yasujiro Ozu (velhice, relação conflituosa entre pais e filhos, tradição x modernidade) e Kenji Mizoguchi (a situação da mulher na sociedade), mas tudo com uma autêntica sensibilidade feminina, percebida na forma como coordena movimentos de câmera, cenografia, som, música. E tem três interpretações inesquecíveis: do veterano Elmar Wepper, da novata Aya Irizuki e principalmente de Hannelore Eisner, que tem uma presença tão forte na primeira parte que sentimos, como Rudi, que ela está presente até o final. (SA)
16º. Aquele Querido Mês de Agosto, de Miguel Gomes.
Idem, Portugal/França, 2008, Imovision.
2 votos, 26 pontos.
Mistura de documentário e ficção, Aquele Querido Mês de Agosto é um filme bastante especial. Com duração de 150 minutos, o longa-metragem acompanha a relação amorosa entre dois primos. Ambos são músicos de uma banda de baile itinerante. O grupo realiza diversas apresentações em pequenas vilas portuguesas. Com uma trilha sonora extremamente competente, esse é um filme que pode ser visto e revisto diversas vezes. (MT)
17º. Beijo na Boca, não!, de Alain Renais.
Pas sur La bouche, França/Suíça, 2003, Pandora Filmes.
2 votos, 22 pontos.
Após seis anos de espera, os brasileiros honram sua tradição negligente ao subestimar e não apoiar mais esse grande filme de Resnais, que ficou pouquíssimo tempo em cartaz — ao contrário do glorioso caminho percorrido pelo magnífico Medos privados em lugares públicos, ainda nos cinemas paulistanos após dois anos e meio. Por sempre se pensar no diretor como um cineasta “cerebral”, o público parece não suportar a idéia de uma fita mais leve do realizador, de tema arejado, personagens pouco complexos e trama rasa. Ocorre que esses adjetivos são falsos, e a esta altura todos deveriam saber que Resnais é o rei da farsa — no sentido mesmo de encenação, que organiza com sua vivacidade invejável e seu brilhantismo de costume. Não são apenas luzes, marcações e opereta, mas o olho sagaz do artista que aprofunda as relações e transforma as intrigas em pequenos dramas que crescem à medida que as pessoas vão se revelando sob a rede de sua câmera. E é sempre uma delícia ver como Resnais trabalha os intérpretes. (FC)
17º. Horas de Verão, de Olivier Assayas.
L’heure d’été, França, 2008, Filmes da Mostra.
2 votos, 22 pontos.
Uma síntese dos melodramas familiares de Olivier Assayas com algumas das características de seus thrillers cibernéticos (porém distante dos seus ambientes futuristas), concentrando-se numa casa de verão e em alguns lugares da vida urbana contemporânea (restaurantes e museus, por exemplo). Sempre de maneira sóbria e fragmentada, com os mesmos ambientes neutros e assépticos, a diluição histórico-geográfica, a quebra das fronteiras internacionais, e cada um dos irmãos morando em países diferentes e afastados pelo mundo, em constantes deslocamentos geográficos e existenciais. Pessoas à beira da maturidade, e que ocasionalmente se reúnem na casa de campo da matriarca da família, a artista Héléne (Edith Scob, a jovem do clássico de horror [i]Os Olhos Sem Rosto[/i]), e que se chocam com a passividade e indiferença dos mais novos, imersos em realidades cotidianas e imaginário tecnológico típicos desse começo de século. (VLC)
17º. Quem quer ser um Milionário?, de Danny Boyle.
Slumdog Millionaire, Inglaterra, 2008, Europa Filmes.
2 votos, 22 pontos.
A interessante filmografia do cineasta inglês Danny Boyle passeia entre os mais diferentes gêneros, do insano Trainspotting, ou o exemplar horror Extermínio, até a transcendente ficção científica Sunshine – Alerta Solar. No drama oscarizado Quem quer ser um milionário? – vencedor de 8 prêmios, incluindo melhor filme, diretor e roteiro adaptado – Danny comprova seu talento neste drama emocionante, equivocadamente comparado a Cidade de Deus. Diferente do premiado longa brasileiro, Quem Quer Ser um milionário? consegue fugir do clichê apostando numa visão otimista, apesar do cenário miserável. Destaque também para o elenco formado por atores de Bollywood e a caprichada trilha sonora. (JPN)
20º. Loki – Arnaldo Baptista, de Paulo Henrique Fontenelle.
Idem, Brasil, 2008, Moviemobz.
2 votos, 20 pontos.
Loki – Arnaldo Baptista, de Paulo Henrique Fontenelle, refaz a trajetória do roqueiro que foi do céu ao inferno. O filme foi produzido pelo Canal Brasil para exibição na emissora, mas o sucesso em festivais impulsionou seu lançamento comercial. Líder de Os Mutantes e um dos sinônimos do Tropicalismo, o artista foi fundo nas drogas. Rompeu com a parceira Rita Lee, e teve passagens por clínicas e sanatórios. O filme fala de tudo isso e une estética e conteúdo de forma direta e honesta. Escuta críticos e músicos, e tem imagens raras de shows e de bastidores. Mostra também a turnê que marcou a volta da banda e sua descoberta das artes plásticas. Loki é um vigoroso exemplar de um filão que vem dando bons ou maus frutos: o documentário sobre música brasileira. Artistas como Vinicius de Moraes, Maria Bethânia e Cartola já foram contemplados. Mas nenhum deles foi tão fundo no coração de seu biografado. (AM)