Natalie Portman

Por João Pires Neto
Linda, vegetariana e talentosa
Com apenas 12 anos, Natalie Portman já desfilava os traços perfeitos e sutis que se tornariam, com o passar de alguns anos, sensuais e implacáveis. Interpretava então a órfã Mathilda, em O Profissional (1994), do cineasta francês Luc Besson. Em seu primeiro trabalho, a jovem atriz encarava, com delicadeza e talento promissor, o papel de co-protagonista num filme que trazia astros do calibre de Gary Oldman e Jean Reno.
Com o sucesso de O Profissional, imediatamente a carreira de Portman foi alavancada, sendo convidada a participar de produções como o musical de Woody Allen Todos Dizem Eu Te Amo, Marte Ataca!, de Tim Burton e o thriller Fogo Contra Fogo, de Michael Mann. Em 1999, Portman foi indicada ao Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante pelo seu desempenho no drama Em Qualquer Outro Lugar, de Wayne Wang, em que contracenou com Susan Sarandon.
Natalie Portman nasceu em Jerusalém Natalie Hershlag; filha única do médico Avner Hershlag e da dona-de-casa Shelley Stevens, hoje sua agente. Formou-se em Psicologia, em 2003, pela Universidade de Harvard – na mesma época em que ficou conhecida ampla e internacionalmente pelo papel da Rainha Padmé Amidala, na nova trilogia Star Wars (1999, 2002 e 2005), de George Lucas.
Mas foi com Closer – Perto de Mais, em 2004, que Portman exibiu o máximo do seu talento e sensualidade. No drama, baseado na peça de mesmo título escrita por Patrick Marber e dirigido pelo alemão Mike Nichols, a atriz vive o seu papel mais maduro e mais arriscado, em um enredo que reflete os relacionamentos entre dois casais adultos, seus desamores e fantasias. A bela e sedutora stripper Alice rendeu a Portman o Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante e a indicação ao Oscar na mesma categoria. Se havia alguma sexualidade contida nas personagens anteriores de Portman, em Closer ela brinda o imaginário masculino com uma personagem inesquecível e inspiradora de fantasias.
Embora abomine o estigma de símbolo sexual, Natalie Portman aparece como veio ao mundo no curta-metragem Hotel Chevalier, dirigido e produzido por Wes Anderson. O trabalho foi disponibilizado na internet e virou um sucesso instantâneo (por favor, leitor, termine de ler o texto antes de ver o vídeo – parte 1 e parte 2). Portman se disse arrependida e repetiu aos quatro cantos que não protagonizará mais nus no cinema. Obviamente, nós cinéfilos amantes da beleza feminina, esperamos que ela mude de idéia. Muitas vezes.
Seu próximo papel no cinema será numa versão pouco comum da obra de Jane Austen, Orgulho e Preconceito. Na trama de Pride, Prejudice and Zombies – releitura assinada por Seth Grahme-Smith que já vendeu milhares de exemplares nos Estados Unidos e chegou a ocupar a terceira posição entre os mais vendidos do The New York Times – Elizabeth Bennet e suas quatro irmãs se tornam zumbis e lutam Kung Fu, ensinadas pelo Sr. Darcy. Blasfêmias e ousadias a parte, impossível não ficar curioso em como uma das atrizes mais respeitadas de sua geração se sairá na pele de um morto-vivo.
Enfim, falta força às palavras para que definam, à altura merecida, os méritos de Natalie Portman. Mas não custa nada encadear alguns adjetivos que procurem descrever o seu talento e beleza angelical – este foi o objetivo deste pequeno texto. E se depender da capacidade inspiradora para se eternizar uma musa, a jovem e linda Natalie Portman está eternizada, desde a sua primeira e apaixonante aparição nos cinemas.