Uma Pistola para Djeca

Dossiê Toni Cardi

Uma Pistola para Djeca
Direção: Ary Fernandes
Brasil, 1969.

Por Edu Jancz
 

Evidente brincadeira do velho Mazza com os faroeste italianos tão comuns em nossos cinemas no final dos anos 60 e começo dos 70. Dos quais – confesso sem nenhum pudor, sou fã incondicional. Só para lembrar alguns nomes de aqui adotados: Uma Pistola para Ringo; Uma pistola para um Covarde; Uma Pistola para Cem SepulturasUm Colt na Mão do Diabo e Uma Pistola para Django. Elementar, não, meus caros!

Paródia que leva o signo – marca – do seu criador. O filme de Mazzaropi tem, ao mesmo tempo, o tom de exagero dos westerns spaguetti e toda a brejeirice e caipirice do seu autor, criador e ator principal. O cenário é puro Mazza, localizado em sua fazenda em Taubaté e desenhando  sua vila/cidade com a cara do nosso faroeste caboclo.

Humor, tragédia, estrepulias e reviravoltas conduzem essa trama com belo vestuário, pontual e correta música de Hector Lagna Fietta.

O enredo: Gumercindo, viúvo e homem honesto, dono de princípios nobres, trabalhador de uma fazenda. Uma tragédia – sua filha Eulália é violentada pelo filho do Coronel  – muda completamente a sua vida. Do ataque criminoso nasce Paulinho, neto e filho querido que carrega a mágoa de, aparente, ter “pai morto” e ser rejeitado pelos colegas de escola. Tanto Gumercindo quando Eulália vivem em função do neto, aniquilando parte de seus sonhos.

Até que um dia, Gumercindo ganha a sua tão desejada Pistola – presente de uma velha pretendente. Eulalia vai à luta e resolve acertar as contas com o filho do Coronel. Tudo termina num tribunal.

O nosso querido Toni Cardi faz pequena participação como um dos capangas do Coronel. O elenco traz ainda a presença de Rildo Gonçalves e Tony Vieira.