Especial Wilza Carla
As Massagistas Profissionais
Direção: Carlo Mossy
Brasil, 1976.
Por Ailton Monteiro
O humor de As Massagistas Profissionais (1976) lembra um pouco o de Os Trapalhões, só que com muito mais pimenta e escatologia. É um tanto vulgar e com aspecto amador, mas, por outro lado, o erotismo – o tesão ainda se conserva – é o que de melhor o filme tem. Há também o ar anárquico, o fato de o diretor (Carlo Mossy) não estar se lixando em contar uma história nos moldes clássicos, embora as várias subtramas (se é que dá pra se chamar assim) sejam amarradas no final.
Wilza Carla é uma das duas massagistas que sai da roça para o Rio de Janeiro para trabalhar numa clínica de massagem chamada Academia Mãos de Ouro. Ela e a amiga ficam loucas para serem tão desejadas quanto as mais bonitas do lugar, chefiado por um sujeito chamado Dr. Jacinto Brochard (Fernando José), que na maioria das vezes aparece de jaleco e cueca. O protagonista da trama é Duda (Edson Rabello), um rapaz mulherengo que quer pegar tudo quanto é mulher bonita que aparece pelo caminho. Ele é um malandro simpático que engana inclusive a senhora a quem ele deve o aluguel.
O filme passa a impressão de ter sido feito sem roteiro. A chegada, por exemplo, do chinês Fung-Ku (Amândio) fica parecendo uma ideia inventada na hora. Ele vai perseguir Duda ao estilo dos desenhos animados da Warner, por ele ter transado com sua mulher – que já aparece no filme com um decote bem provocante.
Há também uma pequena trama de um sujeito que é corneado e que vai parar na academia de massagem para relaxar. A falta de graça nas piadas, que envelheceram mal, é o principal demérito do filme, embora humor seja uma questão de gosto ou de estado de espírito. A própria Wilza Carla não se incomoda em ser objeto de escárnio na cena em que aparece de maiô numa praia e os banhistas a chamam de jamanta. Enfim, uma comédia que funciona como representativa de um tempo.