Dossiê Luiz Elias
Por Gilberto Wagner
O meu início do cinema foi fazendo ponta no O Grande Momento do Roberto Santos. Eu tinha seis anos. Depois fiz alguns comerciais e a série do Vigilante Rodoviário. Eu sou sobrinho do Ary Fernandes, diretor e idealizador da série.
Meu início como técnico foi com o Luizinho. Fui assistente de montagem dele no seriado Águias de Fogo. Isso foi ideia do meu tio: “Vou colocar você como assistente do rapaz que está editando”. Nessa época, o Luizinho trabalhava numa produtora chamada Documental e eu comecei do lado dele.
Ele me ensinou a pegar as latas, enrolar e desenrolar filme. Foi o Luizinho também quem me ensinou a mexer na moviola. Eram aquelas moviolas antigas que se você errava, acabava machucando o dedo. Mas eu fui indo, montando e gostando. Sempre prestando atenção: porque eu aprendi vendo o que ele fazia. Depois eu segui a profissão e cheguei a ser montador de vários longas-metragens. Isso porque o Luizinho tinha dinamismo e conhecia a área profissional dele profundamente. Posso dizer que ele foi uma espécie de mestre pra mim.
O Luizinho começou na Maristela que ficava no Jaçanã. Ele começou na área do nada, ainda menino. Ele e o Sylvio começaram juntos. O Sylvio era um grande montador. Mas o Luizinho sempre foi muito rápido. Tenho certeza que na época ele era o melhor montador que teve no Brasil.
Gilberto Wagner é montador. Iniciou sua carreira como assistente de montagem de Luiz Elias