Nadyr Fernandes
Por Adilson Marcelino
Algumas musas da Boca do Lixo são amadas pela beleza e sensualidade. Outras, também pelo talento como atriz. Como é o caso da paulista Nadyr Fernandes.
Nadyr Fernandes nasceu em São Paulo, em 27 de fevereiro de 1937.
O ofício de atriz sempre foi destaque na carreira dessa bela paulistana, que desenvolveu carreira importante em vários veículos: teatro, televisão e cinema.
Na televisão, ficou conhecida por atuar em novelas de diferentes emissoras: foi Carolina em As Pupilas do Senhor Reitor, de Lauro César Muniz, exibida em 1970/71 na Record; foi a Ziza de Rosa dos Ventos, de Teixeira Filho, exibida na Tupi em 1973; e foi Nadir em Pecado Capital, de Janete Clair, exibida em 1975 na Globo.
No início da carreira no cinema, Nadyr Fernandes participa de filmes importantes, como São Paulo S.A (1965), de Luis Sérgio Person. Mas sua grande primeira atuação se dá em O Anjo Assassino (1967), de Dionísio Azevedo, uma produção de Osvaldo Massaini. Por esse trabalho, a atriz recebeu menção honrosa no Festival de Cabo Frio, ao lado de Flora Geny.
Em 2000 Anos de Confusão (1970), atua nessa comédia protagonizada por Dedé Santana e que é o primeiro longa que Fauzi Mansur assina a direção sozinho. Ainda no início da década de 70, participa do ótimo O Enterro da Cafetina (1970), de Alberto Pieralisi, e de Balada dos Infiéis (1970), de Geraldo Santos Pereira.
Um novo encontro com Dionísio Azevedo, um dos grandes diretores da Boca do Lixo, vai garantir à Nadyr Fernandes outra grande atuação em A Virgem (1973). Neste filme, Nádia Lippi é moça do título que tem sua virgindade disputada no palitinho entre seu namorado e sua turma de amigos. Nadyr está exuberante como Tina, uma das namoradas da tal turma que professa ideais hippies de amor livre.
Com posto de musa assegurado da Boca do Lixo, Nadyr Fernandes vai mostrar todo seu talento em filmes de nomes importantes do pedaço como Osvaldo de Oliveira em Os Garotos Virgens de Ipanema (1973), e Ody Fraga em Adultério: As Regras do Jogo (1974). Outro momento de destaque é sua atuação como Maria Sorvete em A Virgem e o Machão (1974), de J. Avelar (pseudônimo de José Mojica Marins), prostituta seduzida pelo galã da fita, Aurélio Tomassini.
Também na Boca, Nadyr Fernandes atuou no divertido Kung Fu Contra as Bonecas (1975), do GRANDE Adriano Stuart. Já com Egidio Éccio tem destaque em O Leito da Mulher Amada (1974), atuando também em O Sexualista (1975), do diretor. E com Roberto Mauro participa de O Incrível Seguro de Castidade (1975).
O encontro com o cinema de Claudio Cunha renderia à Nadyr Fernandes outro momento luminoso nas telas como a atriz decadente Tati Ibanez em Snuff – Vítimas do Prazer (1977), que empolgou a atriz.
Na época das filmagens, ela declarou à mítica revista Cinema Em Close-Up: “Estou chegando de uma filmagem. Passei quase um mês em Limeira, filmando com uma turma maravilhosa o “Vítimas do Prazer”. Cada um de nós deu o sangue na fita e é gratificante a gente sentir que deu o melhor de si, fazendo alguma coisa que realmente valha a pena. Não que eu tenha alguma coisa contra o cinema por pura diversão. Acho totalmente válido levar entretenimento através do riso. Mas quando a gente sente que fez algo maior, nos sentimos recompensados pelos sacrifícios como agora, um mês longe da minha família.”
Filmografia
Escravo do Amor das Amazonas, 1957, Curt Siodmak
São Paulo S.A., 1965, Luis Sérgio Person
Três Histórias de Amor, 1966, de Alberto D´Aversa
O Anjo Assassino, 1967, Dionísio Azevedo
2000 Anos de confusão, 1969, Fauzi Mansur
O Enterro da Cafetina, 1970, Alberto Pieralisi
Balada dos Infiéis, 1970, Geraldo Santos Pereira
Cordélia, Cordélia, 1971, Rodolfo Nani
A Virgem, 19733, Dionísio Azevedo
Trindade… É Meu Nome, 1973, Edward Freund
Os Garotos Virgens de Ipanema, 1973, Osvaldo de Oliveira
Adultério, As Regras do Jogo, 1974, Ody Fraga
A Virgem e o Machão, 1974, J, Avelar (José Mojica Marins)
Kung Fu Contra as Bonecas, 1975, Adriano Stuart
O Leito da Mulher Amada, 1975, Egídio Éccio
O Sexualista, 1975, Egídio Éccio
O Incrível Seguro de Castidade, 1975, Roberto Mauro
As Desquitadas em Lua de Mel, 1976, Victor di Mello
E as Pílulas Falharam, 1976, Carlos Alberto Almeida
Snuff, Vítimas do Prazer, 1977, Cláudio Cunha
Os Melhores Momentos da Pornochanchada, 1978, Victor di Mello e Lenine Otoni