Quando as Mulheres Querem Provas

Especial Rodolfo Arena

Quando as Mulheres Querem Provas
Direção: Claúdio MacDowell
Brasil, 1975.

Por Adilson Marcelino

É comum para boa parte de críticos ignorantes e público idem colocar todo o cinema popular no balaio da pornochanchada, quando sabemos que ele abriga todo um leque variado de gêneros. E mesmo a pornochanchada jamais poderia ser sinônimo de mal cinema, quando, na verdade, o gênero abriga também tantos filmes deliciosos. Como esse Quando as Mulheres Querem Provas.

Dirigido por Cláudio MacDowell e produzido pela Vydia de Carlo Mossy, que faz o protagonista, Quando as Mulheres Querem Provas tem na bula tudo o que as pornochanchadas prezavam: um galã comedor, sexo sem elucubrações, muita cena de cama, e muita mulher com peitinho de fora. Pois seguindo à risca esses mandamentos, o filme pode não ser dos melhores do gênero, mas diverte e prende a atenção.

Quando as Mulheres Querem Provas foi rodado em Vitória, no Espírito Santo, geografia pouco explorada pelo cinema da época, e mesmo o atual, e aqui não se destaca sob a lente da fotografia de José Rosa. Na trama, Carlo Mossy é Bira, um carioca em férias em Vila Velha, onde se hospeda no hotel de um amigo . É nesses domínios que vai conhecer um casal em crise, Stan Cooper e Rossana Ghessa, e fica fascinado pela psicanalista Verônica, interpretada por Yara Stein, casada com o Dr. Sampaio, de Hugo Bidet.

Só que a fama de garanhão de Bira  vai ser maculada por uma confusão envolvendo uma cena de aparente homossexualidade e será divulgada pela cidade inteira, despertando interesse em várias mulheres, as tais que vão querer as tais provas do título.

Como ambiente para os quiproquós de Quando as Mulheres Querem Provas, o hotel é um caso a parte, pois cenário para desfile de toda uma fauna de personagens à volta com sexo. Dentre eles um casal formado por Henriqueta Brieba e Rodolfo Arena, que briga o tempo todo  – e ninguém faz velho ranzinza melhor que o GRANDE Rodolfo Arena.

Há ainda Pedro de Lara, que encarna o moralista de plantão, fazendo discursos, se sacudindo todo, e levando sempre o buquê de flores de praxe.

Pura diversão.