Por Ataídes Braga
Poderia responder de várias formas: Primeiro como pergunta: Se o cinema é a identidade de um país, qual seria a nossa?
Cinema brasileiro é todo aquele que não nos é estranho, pois todo o mais o é.
Somos muito grande, diverso, complexo, por mais que queiram nos simplificar.
O cinema brasileiro tem fraqueza estrutural: Se produz, não distribui e exibi pouco.
O país carece de fisionomia, é anêmico, e sofre enormes pressões de produções estrangeiras, que sufocam nosso mercado.
O cinema é o retrato de um povo, sua língua, suas ambições, suas inquietações, etc.
A crítica severa e, às vezes, injusta, por parte da intelectualidade, do público, e a luta constante pelo mercado contra o predomínio estrangeiro, existem das primeiras filmagens e perpassam os anos até os dias atuais. O cinema está ausente nas telas, nos vídeos e nas televisões do país no dia a dia, sofrendo do mal crônico da incompreensão e do desprestígio.
Dizem que o público não gosta do Cinema Brasileiro – como gostar de um cinema que ele pouco conhece? Quantas pessoas viram os clássicos do nosso cinema? Quantas pessoas conhecem a história do cinema brasileiro, as lutas e as conquistas?
Sem pretensão de respostas, convido a todos a pensarem e repensarem o cinema brasileiro, e através do conhecimento de suas obras e autores, conhecer o nosso país com todas as suas agruras. O Cinema Brasileiro é Crime e Castigo
Ataídes Braga é poeta, professor de cinema, roteirista, diretor de produção; crítico e comentarista de cinema em jornais, rádios e tvs; ministra aulas em faculdades, cursos e oficinas; participou de vários filmes realizados nos últimos anos em BH; Pesquisador do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro; Autor dos livros – O Fim das Coisas – Salas de Cinemas de Belo Horizonte, CRAV/Secretária Municipal; Fragmentos de Versos, Plurartes, 2010; Cachoeira de filmes, Allgas, 2011.Integrante da Rede Kino.