Candinho

Dossiê Vera Cruz

Candinho
Direção: Abílio Pereira de Almeida
Brasil, 1954.

Por Matheus Trunk

A saga da produtora Vera Cruz se encerra em 1954. Foi nesse ano que foi lançado comercialmente o último filme do comediante Mazzaropi na produtora: Candinho, mais uma vez dirigido por Abílio Pereira de Almeida.

Nascido em São Paulo em 1906, Abílio Pereira de Almeida foi um importante nome do cinema brasileiro. Um dos fundadores do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), Almeida escreveu importantes peças como Dona Violante Miranda e Moral em Concordata. Segundo o crítico Sábato Magaldi, o estilo de Abílio era caracterizado em captar os conflitos da burguesia: o jogo, o adultério, a decadência da aristocracia rural e o funcionalismo público. Além de importante vida artística, Almeida foi advogado por mais de vinte anos e chegou a escrever um livro sobre o assunto (Prática Jurídica Comercial, juntamente com Euzébio Queiroz Mattoso)

Adaptação livre da obra Candide de Voltaire, Candinho é o primeiro longa-metragem em que Mazzaropi assume seu personagem caipira. Encontrado ao lado das águas sujas de um riacho, Candinho é criado pelo dono de uma grande fazenda que também é seu benfeitor. Desde criança, o tímido Candinho é apaixonado por Filoca, filha do coronel. Sendo maltratado na fazenda, o protagonista tenta a vida em São Paulo. Na cidade, ele conhece Pirulito e juntos eles vão morar em uma pensão. Depois de algum tempo, Candinho reencontra Filoca, agora dançarina de uma boate. Para provar seu amor, ele tentará regenerar a moça.

Como é digno de todas as produções da Vera Cruz, o elenco desse filme possui grandes nomes. Ruth de Souza, Marisa Prado, John Herbert e Adoniran Barbosa são somente alguns dos destaques desta belíssima fita. A bela trilha sonora fica por conta do maestro Gabriel Migliori com canções de autores como Herivelto Martins, Noel Rosa, João de Barro, Mário Zan, entre outros.