Especial Carlos Coimbra
O Signo de Escorpião
Direção: Carlos Coimbra
Brasil, 1974.
Por Adilson Marcelino
A Rainha do Crime Agatha Christie tem uma obra fascinante, com seus livros de mistérios e assassinatos aparentemente insondáveis caso os criminosos não encontrassem pelo caminho seus personagens célebres, como Hercule Poirot e Miss Marple. Só que quase nunca a maestria da autora foi levada a cabo com o mesmo talento para o cinema.
Na década de 1950, o cineasta Carlos Coimbra realizou o filme de seus sonhos: O Signo de Escorpião. Não era uma adaptação de nenhum dos inúmeros títulos da autora, mas em muito lembrava uma de suas tramas mais famosas: O Caso dos Dez Negrinhos.
Como se sabe, no romance policial um grupo de pessoas é reunido em uma ilha e, aos poucos, vão sendo assassinadas uma a uma sem que imaginemos quem seria o assassino. Apenas que seria uma entre aquelas pessoas já que não havia mais ninguém na ilha.
O mesmo se dá neste O Signo de Escorpião, só que aqui cada personagem representa um signo do zodíaco, uma boa sacada do roteiro de Coimbra – como se sabe, ele não só escrevia suas histórias como também dirigia e montava seus filmes.
No filme, Rodolfo Mayer é um famoso astrólogo que lança um livro e reúne um grupo de convidados em sua ilha. Só que durante a festa, uma mulher é morta e os outros descobrem que estão isolados, sem contato com o continente. E o pior, começa uma série de mortes associadas a um signo específico e sempre anunciadas por um computador.
Carlos Coimbra reuniu elenco estelar, com grandes nomes do teatro: Rodolfo Mayer, Maria Della Costa, Carlos Lyra, Kate Lyra, Sandro Polonio, Wanda Kosmo. E contou com o astrólogo Omar Cardoso, que fez assessoria sobre o tema para o filme.
O Signo de Escorpião foi um projeto acalentado por Carlos Coimbra, fã de filmes se suspense, sobretudo do cinema de Alfred Hitchcock. Só que o resultado foi um fracasso absoluto de público, trazendo enorme prejuízo para o cineasta, que dessa vez havia também produzido o filme.