Dossiê Tony de Souza
Entrevista com Tony de Sousa
Por Gabriel Carneiro
Fotos de Gabriel Carneiro e Pedro Ribaneto
Nascido Antonio Ferreira de Sousa Filho, Tony de Sousa é um nome que pouca gente conhece, mesmo entre aqueles que se debruçam sobre a história do cinema nacional e da Boca do Lixo. Talvez por um motivo em particular: seus filmes são quase todos inéditos, nunca passaram no circuito comercial, não estão nas televisões – o máximo que aconteceu foi serem exibidos em alguns festivais. Pois bem, talvez seja o momento de tomar conhecimento de Tony de Sousa, hoje escritor (tem lançado um livro por ano) e professor de Rádio e TV, na Anhembi-Morumbi, com o recente lançamento de sua obra (quase) completa em DVD, de forma completamente independente, e só encontrada em seu site pessoal (http://www.tonydesousa.com.br/) – faltam Magia das Tintas (1980) e Estações (1981), cujos originas estão desaparecidos.
Tony começou na Boca do Lixo, sendo assistente de direção de nomes como Eduardo Freund, Waldir Kopesky, John Doo, Jair Correia e Fauzi Mansur, entre outros, além de ter trabalhado também como ator e continuísta. Como mentor, teve Roberto Santos e Ozualdo Candeias – com quem chegou a fazer um curta documental, A Boca do Cinema Paulista (1985), um interessante e didático produto sobre o cinema da Boca. Nos anos 1980, Tony fez uma pequena pérola, a ser descoberta, o média-metragem O Avesso do Avesso (1986). Intercalando com outras atividades, Tony chegou a fazer outros três filmes: os curtas O Fazedor de Fitas Inacabadas (1992) e Mary Jane (1997) e o longa Expresso para Aanhangaba (2002). Em longa entrevista exclusiva, Tony conta sua trajetória de vida e sobre as dificuldades de se fazer cinema, mesmo nos tempos de Boca.
Parte 1: Infância, juventude e a descoberta do cinema brasileiro