Zsa Zsa Gabor
Por Edu Jancz
“Tudo o que ela (e suas irmãs Eva, Magda e a mãe, Jolie) queria na vida era se divertir, viver bem, curtir as festa da alta sociedade, ter sucesso profissional, dinheiro e dar muitas risadas!”
O cinema foi um caminho de ouro para realizar esse desejo!
O nome. Parece impronunciável. Não é. Leiam sempre: Já-Já Gabor. Nasceu Sári Gabor, em Budapeste, Hungria, no dia 6 de fevereiro de 1917.
A grande “arquiteta” da família Gabor (Gabôr, alguns acentuam) foi Jolie, a mãe. Um pouco de sua história.
A bela e jovem Jolie nasceu sabendo das coisas e cheia de sonhos. Casou com Wilmos Gabor, um rico joalheiro de Budapeste, 20 anos mais velho do que ela. 20 anos? Pouco para a época. E para as ambições de Jolie.
Ela sonhava ser atriz, brilhar na ribalta. Wilmos queria filhos
Magda nasceu em 1914. Wilmos, claro, não gostou. Queria filhos.
Zsa Zsa nasceu em 1917. E Eva em 1919. Só filhas. Wilmos sempre de “cara fechada”, como se a culpa fosse de Jolie. Talvez fosse.
Machão e ignorante, apesar de rico, Wilmos era duríssimo com as meninas. Dizem as más línguas que assim que chegava em casa, Eva corria para se esconder do pai. A preferida do papai era Zsa Zsa. Ela era a moleca da turma. Topava todas as brincadeiras e dava ao velho a impressão de que “ele tinha um filho”.
Muito cedo mesmo, Zsa Zsa entendeu o significado e a utilidade da palavra “representar”.
ESTRELAS DIGNAS DE CASAR-SE COM REIS
Sabendo que o “casca grossa” do marido nunca a deixaria realizar o seu sonho, Jolie “aplicou” tudo o que possuía para transformar suas meninas naquilo que ela secretamente sempre quis ser. E prometeu a si própria: “elas seriam estrelas dignas de casar-se com reis.”
Jolie estabeleceu um padrão de “vestir” para as meninas. Elegância, charme e um pouco de sedução vinham sempre em primeiro lugar. Colocou as meninas nas melhores escolas de Budapeste para aprenderem etiqueta, dança, música, esportes e todos os “truques” para terem uma boa presença em todas as atividades sociais.
OU COM MILIONÁRIOS
Contam os amigos do casal que o bebê Zsa Zsa só sorria para os homens que se debruçavam sobre o seu berço. Começou cedo, a menina.
Aos 13 anos, foi mandada para estudar na Suíça, em Lausanne, na escola de moças de Madame Sivilha. Nessa escola, Zsa Zsa apurou o domínio de várias línguas, estudou dança, mas era infeliz.
Não por estar longe dos pais ou das irmãs. Estudar nunca foi o forte dela, apesar de saber, tal qual a mãe, a importância de uma “educação” para caçar e casar com milionários.
O PRIMEIRO DE MUITOS CASAMENTOS, A AMÉRICA
Zsa Zsa tinha 16 anos. O marido, Burhan Belge, um adido cultural turco que prestava serviços em Budapest, 50. O divórcio – primeiro de muitos – veio em 1938.
Em 1941, Zsa Zsa descobre a América. Ela e sua irmã Eva moravam num apartamento modesto. Mas quando apareciam em público, relembravam todos os ensinamentos da mãe e vestiam-se como estrelas de cinema.
As lindas louras de Budapest só eram vistas com os solteiros mais ricos e cobiçados de Hollywood.
Zsa Zsa sempre roubava a cena. Era o assunto principal das fofocas da imprensa e das conversas na cidade. Embora nunca tenha aparecido em algum filme, era o centro das atenções nos lugares mais badalados de Los Angeles, como o Cyru’s e o Mocambo.
O SEGUNDO CASAMENTO
Zsa Zsa Gabor, linda, gostosona e muito cobiçada na cena de Los Angeles chamou a atenção de um senhor muito rico, divorciado e pai de três filhos. Seu nome: Conrad Hilton. Sim, Hilton. O dono de uma das redes de hotéis mais famosas do mundo. Se casaram em Santa Fé, em 1942.
Contam as más línguas que na noite de núpcias, o senhor Hilton, diante daquele corpaço maravilhoso, ficava filosofando se comprava um novo hotel em Chicago, e outros negócios. Zsa Zsa ficou chateada. Mas os milhões do marido logo fizeram seu humor subir às alturas. Ela, tal qual a mãe Jolie, sabiam o valor de um “investimento”.
Enquanto Conrad Hilton viajava, comprava e vendia hotéis, Zsa Zsa não dispensava uma balada. Sua agenda social estava lotada. Os dois ritmos resultaram no previsível divórcio entre o casal, que aconteceu em 1945 e lhe rendeu quantia substancial e nunca divulgada. Dava pro gasto, pro resto da vida. Zsa Zsa era tão matreira, ou sortuda, que em meio o processo de divórcio foi visitar Conrad Hilton. Ficou grávida. Deu a luz a sua filha Francesca.
O TERCEIRO CASAMENTO: UM MOMENTO DE FRAQUEZA
Separada de Hilton, Zsa Zsa vai a uma festa e conhece o galã George Sanders. George só tinha a fama. E, pela primeira vez, Zsa Zsa resolveu bancar sua verdadeira paixão. O que em parte foi um erro. O arrogante George Sanders, um egocêntrico, só amava a si mesmo e ao seu trabalho. E mais: era ciumento, sempre imaginando – e muitas vezes estando certo – de que Zsa Zsa o traia com outros homens. Claro que traía!
FINALMENTE O CINEMA
A mídia estava fascinada com Zsa Zsa Gabor. Em 1952, assinou o contrato para o seu primeiro filme, O Amor Nasce em Paris. Fazia o papel de uma mulher fatal! A câmera e o público deixaram-se seduzir por ela. Moulin Rouge foi o próximo trabalho cinematográfico de Zsa Zsa. Como diretor, o genial John Huston. Nas filmagens, Zsa Zsa conhece o rico playboy Porfírio Rubirosa. Apaixonam-se. Tem um caso rumoroso e escandaloso. Fez vários filmes, incluindo o clássico Lili, dirigido por Charles Walters e o cult A Marca da Maldade, dirigida por Orson Welles, Inimigo Público Número 1, dirigido por Henri Verneuil, Girl in the Kremlin, dirigido por Russell Birdwell; Um Marido de Morte, dirigido por Ken Hughues. Bem como obras menores recentes: A Hora do Pesadelo III, Corra que a Polícia vem aí 2 ½, Família Buscapé…
Zsa Zsa Gabor sempre “emprestou” aos filmes a sua figura bonita, gostosa, charmosa e sedutora. Não era uma atriz de qualidade. Nem pensava, seriamente, transformar o cinema no centro de sua vida. Em mais de uma dezena de filmes, contentava-se com uma participação especial. Apareceu em dezenas de programas de Tevê e séries como Batman, Bonanza, A Ilha dos Birutas, A Lei de Burke…
UM FILME TRASH
Em 1958, a irreverente e inquieta Zsa Zsa Gabor tomou uma decisão pra lá de ousada. Aceitou o papel principal de um filme de terror, de baixíssimo orçamento: Queen of Outer Spacy, no Brasil Rebelião dos Planetas. Ela usava todos os artifícios de sua imagem de mulher sexy e interpretava a cortesã de uma rainha maléfica. Imperdível para os fãs de Zsa Zsa Gabor e de um bom filme trash.
O NONO MARIDO, UM JOVEM PRÍNCIPE
Alguns anos e filmes depois, o nono marido. O ano é 1986. Zsa Zsa, finalmente, parecia ter encontrado o amor, ao casar com o príncipe austríaco Frederick Von Anhalt, 26 anos mais jovem do que ela. E o seu marido mais “duradouro”.
NASCIDAS PARA BRILHAR
Jolie e as filhas se aproximaram nos últimos anos e depois de tantos maridos e divórcios. Elas davam vida com a sua beleza e alegria aonde iam. Podiam ser polêmicas, nunca enfadonhas. Tudo o que elas queriam na vida era se divertir, viver bem, curtir as festa da alta sociedade, ter sucesso profissional, dinheiro e dar muitas risadas!