Um galã, um ator, um cineasta

Especial John Herbert


Por Adilson Marcelino

John Herbert, por desejo da família, até tentou: formou-se em direito.  Mas o talento para a carreira artística falou mais alto, para alegria de todos nós e do teatro, do cinema e da televisão.

Herbert é descendente de família alemã, o avô, nascido em Hamburgo, veio para o Brasil, em 1889, casando com uma brasileira, que por sua vez vinha de família de origens francesa e alemã; já seu pai nasceu no Brasil e a mãe na Alemanha.

John Herbert nasceu no dia 17 de maio de 1929.

Esportista, praticava natação desde criança, recebendo troféus e medalhas. A descoberta do teatro foi no tempo do colégio, mas a carreira de ator demoraria ainda, quando no final dos anos 1940 torna-se um dos primeiros atores do Teatro de Arena, em São Paulo.

Durante toda sua carreira, John Herbert vai subir ao palco inúmeras vezes, atuando em espetáculos importantes de autores e diretores idem.

Outro veículo importante será a televisão, desde os anos 50, quando formará para com Eva Wilma, com quem ficará casado durante cerca de 20 anos, na pioneira sitcom Alô Doçura, passando depois para as novelas. A primeira será Prisioneiro de um Sonho (1964/65), de Roberto Freire, atuando depois em muitas outras como o marco Beto Rockfeller (1968/69), de Bráulio Pedroso – que fundou a moderna novela brasileira, Aritana (1979), de Ivani Ribeiro, As Gaivotas (1979), de Jorge de Andrade, e várias de Cassiano Gabus Mendes, como Plumas e Paetês (1980/81), Ti-Ti-Ti (1985/86) e Que Rei Sou Eu? (1989). A última foi Cabocla (2004), de Benedito Rui Barbosa.

O cinema é um capítulo todo especial na carreia de John Herbert, desempenhando as funções de ator, diretor e produtor.

A estreia foi na Vera Cruz, onde atuou em dois filmes de Luciano Salce: Uma Pulga na Balança (1952), e Floradas na Serra (1953). Começa aí uma carreira extensa, com 60 filmes no currículo – ver Filmografia.

A trajetória de John Herbert no cinema é tão importante que ele percorre todas as fases do cinema brasileiro a partir de então: Vera Cruz, Chanchadas, Cinema Novo, Cinema Marginal, Cangaço, Cinema Popular, Pornochanchada, Cinema dos anos 80, Retomada.

E mais que isso, além de ator, Herbert se torna também produtor e cineasta, tendo dirigido cinco filmes: Cartão de Crédito – episódio de Cada um dá o que tem; O Noivo – episódio de Já não se faz amor como antigamente; Ariella; Tessa, a Gata; Primeiro de Abril – episódio de Os Bons Tempos Voltaram: Vamos Gozar Outra Vez!.

John Herbert faleceu no dia 26 de janeiro de 2011. Portanto, já um ano sem o seu talento, que, felizmente, está eternizado nas telas.

Filmografia

 

Assistente de Direção

A Moça do Quarto 13, Ricardo Cunha, 1959

 

Diretor

Cada um dá o que tem – episódio Cartão de Crédito, 1975
Já não se faz amor como antigamente – episódio O Noivo, 1976
Ariella, 1980
Tessa, a Gata, 1982
Os Bons tempos voltaram: vamos gozar outra vez! – episódio Primeiro de Abril, 1984

Ator

Uma Pulga na Balança, Luciano Salce, 1952
Floradas na Serra, Luciano Salce, 1953
O Petróleo é Nosso, Watson Macedo, 1954
A Outra Face do Homem, J.B.Tanko, 1954
Matar ou Correr, Carlos Manga, 1954
Se a Cidade Contasse, Tito Batini, 1954
Dioguinho, Carlos Coimbra, 1957
Rio Fantasia, Watson Macedo, 1957
A Grande Vedete, Watson Macedo, 1958
Alegria de Viver, Watson Macedo, 1958
Escravos do Amor das Amazonas, Curt Siodmak, 1958
E o Espetáculo Continua, Cajado Filho e Carlos Manga, 1958
A Moça do Quarto 13, Richard Cunha, 1959
Maria 38, Watson Macedo, 1959
Assassinato em Copacabana, Eurídes Ramos, 1961
Por um Céu de Liberdade, Luiz Barros, 1961
Copacabana Palace, Steno, 1962
Gimba, Presidente dos Valentes, Flávio Rangel, 1963
Convite ao Pecado, Horst Haechler, 1964
Mulher Satânica, Alfons Stummer, 1964
Toda Donzela tem um pai que é uma fera, Roberto Faria, 1966
As Cariocas – episódio de Fernando de Barros, 1966
O Caso dos Irmãos Naves, Luís Sérgio Person, 1966
Bebel, a Garota Propaganda, Maurice Capovilla, 1967
O Cangaceiro Sanguinário, Osvaldo Oliveira, 1967
Helga e seus Homens, Roland Cämmerer, 1968
Corisco, o Diabo Loiro, Carlos Coimbra, 1969
Em Cada Coração um Punhal, Sebastião de Souza e João Batista de Andrade, 1969
Compasso de Espera, Antunes Filho, 1969
Palácio dos Anjos, Walter Hugo Khouri, 1970
A Arte de Amar Bem, Fernando de Barros, 1970
Cleo e Daniel, Roberto Freire, 1970
O Capitão Bandeira Contra o Doutor Moura Brasil, Antonio Calmon, 1971
A Santa Donzela, Flávio Portho, 1973
A Superfêmea, Aníbal Massaini Neto, 1973
As Delícias da Vida, Mauricio Rittner, 1973
Cada um dá o que tem – episódio Cartão de Crédito, John Herbert, 1975
O Sexo Mora ao Lado, Ody Fraga, 1976
O Quarto da Viúva, Sebastião de Souza, 1976
Já não se faz amor como antigamente – episódio O Noivo, John Herbert, 1976
O Bem-Dotado – O Homem de Itu, José Miziara, 1978
Meus Homens, Meus Amores, José Miziara, 1978
O Caçador de Esmeraldas, Carlos Coimbra, 1979
O Inseto do Amor, Fauzi Mansur, 1979
O Torturador, Antonio Calmon, 1979
Ariella, John Herbert, 1980
Bacanal, Antonio Meliande, 1981
Tessa, a Gata, John Herbert, 1982
Amor de Perversão, Alfredo Sternheim, 1982
Retrato Falado de uma Mulher sem Pudor, Hélio Porto, 1983
Deu Veado na Cabeça, J.B. Rodrigues, 1983
Made in Brazil, Renato Pitta, 1983
Jeitosa, um Assunto Muito Particular, Nello de Rossi, 1983
Os Bons Tempos Voltaram: Vamos Gozar Outra Vez! – episódio Primeiro de Abril, John Herbert, 1984
As Aventuras de Mário Fofoca, Adriano Stuart, 1984
As Sete Vampiras, Ivan Cardoso, 1986
A Menina do Lado. Alberto Salvá, 1986
Forever, Walter Hugo Khouri, 1990
A Hora Mágica, Guilherme de Almeida Prado, 1998